Trilhas Potiguaras: aqui nasceu o Brasil | Turismo na Paraíba
Publicado 23/03/2018 18:24:36
Categorias Paraíba , Turismo Cultural

Sobre I.- O projeto
Ligadas pela BR-101, as estradas envolvidas no projeto são: Forte Velho (PB-011), Lucena (PB-027), Baía da Traição (PB-041) e Barra de Camaratuba (PB-061).
São 6 km de praias em área de proteção ambiental onde espécies ameaçadas de extinção encontram refúgio.
A costa abriga a mais antiga reserva indígena do Brasil, os potiguaras, desde o início da colonização brasileira: aqui nasceu o Brasil!
Hoje em dia, se desenvolve um turismo sustentável (ainda embrionário): ecoturismo, turismo de aventura e turismo cultural (com História, Tradições e Culinária local)
II.- A História
Onde hoje em dia tem praias paradisíacas, falésias coloridas, rios de águas cristalinas, terras indígenas e matas...
...no século XVI, intensas batalhas envolvendo nativos, colonizadores portugueses e invasores franceses e holandeses, aconteceram aqui:
catequizações, emboscadas, conluios e batalhas épicas determinaram o rumo da nossa história.
Na época, as monarquias de Espanha e de Portugal disputavam com franceses e holandeses suas guerras religiosas, territoriais e econômicas.
A França fazia o comércio do pau-brasil e ocupava a costa, da margem esquerda do rio Paraíba até o Maranhão, em uma aliança com os índios Potiguaras.
No ano de 1530, diante do crescente assédio franco-potiguara, os portugueses estabeleceram as Capitanias Hereditárias, para ocupar o território.
Em 1570, invitados pelos franceses, os potiguaras atacaram a Capitania de Itamaracá, da qual a Paraíba fazia parte, e a cercar Olinda.
Os portugueses contra-atacaram várias vezes até que, em 1585, com a ajuda dos índios Tabajaras, eles venceram.
Os Tabajaras vieram da Bahia para se estabelecer na margem direita do Rio Paraíba. Foi fundada então a cidade de Nossa Sra das Neves, atual João Pessoa.
O Forte Santa Catarina, em Cabedelo, foi construído para defender a entrada da cidade.
1) A nação Potiguara
Até a aparição dos portugueses em 1500, a população Potiguara chegava a +-90.000 pessoas. Nos séculos 16 e 17, os nativos resistiram ao projeto de colonização dos Portugueses.
Aliaram-se aos franceses, e depois aos holandeses. Após a desfeita Holandesa em 1654, os Potiguaras foram dizimados.
Os Potiguaras (termo tupi significando comedores de camarão) tinham como língua o Tupi Guarani, vivendo no litoral da Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Maranhão.
Os sobreviventes se mantiveram no Litoral Norte da Paraíba entre os rios Camaratuba e Mamanguape.
No início do século XX, o território potiguara foi desmatado pela Companhia de tecidos Rio Tinto, da família de Suecos Lundgren, nas margens do Rio Mamanguape.
Em 1991, 491 anos após a primeira invasão (!), a primeira demarcação da Terra Indígena Potiguara foi concluída entre a Barra de Mamanguape e a Baía da Traição, num território de 21.238 hectares.
O palacete dos Lundgren voltou para eles.
2) Os Potiguaras nas guerras Cristãs
A evangelização católica começou, em 1587 pelos jesuítas que pregavam mas também protegiam os índios (o papa Paulo III proibia a escravização desde 1537).
Os protestantes sob a bandeira holandesa, chegaram em 1630, e grande parte dos potiguaras viu neles os libertadores da opressão Portuguesa.
A ruína de Bom Sucesso (tombada como ruína pelo IPHAN), foi construída em 1689, no meio de nada(!) na mata de Lucena, pelos Carmelitas, para evangelizar os Índios da região.
Não foi bem sucedida na realidade. ;-) Esse nome foi dado porque ela pertencia a um conjunto maior, junto a um engenho.
Hoje a ruína foi tomada por uma gameleira: espetáculo fantástico da natureza retomando o seu lugar!
3) O Forte Velho e o mirante da Atalaia
O mirante foi erguido em 1585 pela União Ibérica (monarquias de Portugal e Espanha), e ainda existe.
O mirante e Forte Velho foram os marcos iniciais implantação da Capitania da Paraíba (início da colonização).
O acesso é pela BR 101–>PB 011-Entrada de Bebelândia, no Distrito de Livramento, à margem esquerda do Rio Paraíba (distância de João Pessoa: 43 Km).
Do outro lado desse rio, a beira do afluente Sanhauá, nasceu em 1585 a sede definitiva, Nossa Senhora das Neves, atual cidade de João Pessoa.
4) A Baía da Traição
Localizada a 92 km de João Pessoa, a Baía recebeu esse nome porque quando os Portugueses chegaram, os Potiguaras atraíram eles para a praia com sinais de amizade, para depois os matar e comer.
Aqueles que ficaram no barco assistiram a isso sem poder fazer nada.
Os índios praticavam o exocanibalismo, comendo inimigos para se apropriar da força deles... daí vem a dica: como sair vivo dum encontro com canibais?
Simplesmente chorando escandalosamente: eles ficarão tão envergonhados de você, que nunca vão querer comê-lo para não ficar parecidos. :-)
5) Os Potiguaras de hoje
Rituais, pinturas, tatuagens e artesanato ainda fazem parte da cultura Potiguara.
Fonte: Governo da Paraíba
" O Toré é um ritual sagrado resistiu até hoje. A cerimônia, fechada, é uma celebração à identidade e à união das aldeias, e acontece em diferentes situações:
comemorar uma colheita, uma conquista, ou homenagens em dias de luto.
O rito é dançado em três círculos sobrepostos.
No centro do primeiro círculo, formado pelas crianças e adolescentes, ficam os tocadores de bombo (tambor), a gaita (flauta feita de bambu) e a caixa;
...o segundo anel é composto pelas lideranças (caciques e pajés); no maior arco dançam os adultos, sempre em movimentos circulares, no sentido horário."
III.- Território Potiguara
Fonte: Governo da Paraíba
" A Reserva dos Potiguaras tem 33.757 hectares (Terra Indígena Potiguara - 21.238 ha; TI Jacaré de São Domingos - 5.032 ha; e TI Potiguara de Monte-Mor - 7.487 ha).
São 14 km de praias desertas, falésias, matas de tabuleiro, manguezais, rios e lagos."
A lagoa encantada
" Tem 20.000 pessoas, distribuídas em 32 aldeias e nas cidades de Baía da Traição, Marcação e Rio Tinto. Cada aldeia possui um Cacique, e a reserva é comandada por um Cacique Geral.
Os potiguaras desenvolvem agricultura de subsistência de culturas como o milho, feijão, mandioca, macaxeira e inhame; a pesca artesanal, no mar e nos manguezais;
o extrativismo vegetal da mangaba, dendê, caju e batiputá; e a criação de galinhas, patos, cabras, bovinos e cavalos."
IV.- Lucena, no litoral norte de João Pessoa
Passeio de praia e ecoturismo: Lucena, do outro lado do rio Paraíba (e o forte de Cabedelo)
V.- As Áreas de Proteção Ambiental (APA)
Fauna, flora e atividades nas APA: Proteção ambiental, Fauna e Flora do litoral paraibano (habitat do peixe-boi marinho)
VI.- Peixe-boi e Aldeias indígenas, na Baía da Traição
Passeio bem diversificado, misturando História com o Palacete dos Lundgren no Rio Tinto, Ecoturismo com o projeto Peixe-boi marinho na APA do rio Mamanguape,
...cultura e turismo de Vivência participando de rituais Potiguaras com o Pajé Antônio, junto com a praia de Coqueirinho do Norte: passeio Peixe-boi e Aldeias indígenas.
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Vicente Paul
20/04/2018 16:35:10
Turismo sustentável, ecoturismo e turismo cultural... uma viagem no espaço e no tempo!